domingo, 28 de junho de 2020

As férias tão esperadas


Estarão eles ainda a pensar na escola, no estudo, nas leituras e na aquisição de conhecimento?
Claro que sim!
Eles, saiba-se, as crianças no geral.
As crianças e, no seu imaginário, todos os seus amigos dos últimos 3 meses, os brinquedos.
A realidade que chegou a nós de forma abrupta, agora custa a largar.
Como tal, estamos todos ainda um pouco à deriva sobre este final de ano letivo. Tão à deriva que já pensamos em como será o próximo...
Calma... Vamos dar tempo ao tempo. Relaxar, parar para pensar, para fazer o reset à nossa fantástica máquina que é o cérebro.
E, mas importante ainda, deixem que os mais novos também o façam.
Deixem-nos ser crianças em paz e no sossego que eles conseguem sempre ter, se os deixarmos...
Qualquer criança tem na sua natureza ser criança.
Onde os deixar agora que tenho que ir trabalhar?
Sim, os adultos têm que pensar nestas coisas... Mas pensem com calma, não à deriva... Agora para a esquerda, agora para a direita, sempre com a urgência de decidir, decidir e decidir.
Calma... Vamos dar tempo ao tempo e aproveitar que estamos todos no mesmo barco.
Uns afundam por razões económicas, outros por instabilidade mental, outros por falta de apoio familiar, outros só porque sim!
A verdade é que todos nos afundámos em alguma coisa nestes últimos meses.
Quem não se afunda? As crianças... Sabem esperar e adaptar-se ao que lhes aparece à frente. Quer seja um valente ralhete ou um caloroso abraço e muitos beijinhos.
Calma...
Se deixarmos o nosso cérebro fazer o seu trabalho, será bem feito.

Boas paragens!

sábado, 20 de junho de 2020

Maio e junho, para onde foram?

Largo Nossa Senhora da Desterro, Arada, Ovar

Estamos a 20 de junho e esta fotografia foi tirada a 13 de maio...
Tirei-a quando fui fazer o meu passeio higiénico para bem de uma saúde mental em boa forma.
Tirei-a porque era 13 de maio e estava a igreja fechada apenas com uma senhora à porta sozinha, a cantar as músicas que cantaria se tivesse ido à sua viagem anual a Fátima.
Entretanto, mais de um mês passou...
Para onde terá ido o resto do mês de maio e mais de metade do mês de junho, já que nada mais fiz do que estar em casa e sair se estritamente necessário?
No início desta época estranha para todos a que chamamos quarentena, ou isolamento, ou confinamento, ou outro qualquer nome, grande era a preocupação generalizada de como ocupar tanto tempo...
Agora, pergunto eu, o que ficou por fazer?
Sim, acredito que tenha ficado alguma coisa por fazer, já que o tempo passou e eu nem dei por ela...
Não houve ginásios, idas à escola, ao ATL, aos parques, às festas nem a tantas outros locais e eventos.
Mas houve trabalhos de casa, imensos! Tudo para que os mais pequenos não percam o ritmo nem os conteúdos. Daí a tal desigualdade que agora dizem existir mas que dá espaço para muito debate.
Houve tarefas diárias, imensas! Já que está toda a gente em casa, sujamos mais, comemos mais, limpamos mais, dormimos mais, enfim...
Mas houve sapatos dos mais novos que vão ser dados a qualquer instituição como novos pois o número do pé já passou e os mais novos não tiveram oportunidade de os calçar.
Houve filmes interessantes para ver e séries para pôr em dia, imensas! Já que a hora de acordar é sempre relativa e podemos esticar mais o horário.
Mas houve séries que deixaram de dar pois as gravações tiveram que parar devido ao senhor vírus.
Hoje finalmente consegui parar aqui um bocadinho com a disponibilidade mental necessária, porque é apenas disso que se trata, para deixar gravada esta fotografia de um mês de maio da minha vida.
Todo o texto que idealizei escrever naquela altura já foi, ficou por fazer...
Todos os artigos de decidi e fiz planos de escrever com algum rigor e utilidade prática ficaram apenas nos planos, talvez consiga um dia fazê-lo, quando a escola acabar...
O que pretendo dizer é que independentemente do que estejamos a passar, como e onde, a vida passa por nós, os relógios continuam a contar.
Resta-nos só e apenas viver com a segurança que estamos a fazer o melhor que sabemos e podemos, por nós e pelos outros, sem certos nem errados.
No final, as contas são entre mim e Ele, se as houver, nada mais.

Bons meses!