sexta-feira, 27 de setembro de 2024

Provas de aferição à vista

 


O ano letivo começou, todos estão em aulas já com reuniões iniciais feitas.
Das reuniões surgem as notícias inesperadas: provas de aferição a mais níveis de ensino e a disciplinas diferentes.
O calendário já foi revelado. Ou não...
O que saiu foi apenas a época em que as provas devem ser realizadas. Não está definido se é obrigatório, se as escolas podem escolher aderir ou não, em que dia será, se as escolas podem escolher o dia,... Enfim. Mais um ano que começa e sem o plano anual definido. À boa maneira portuguesa, tudo corre bem quando acaba bem.
Podemos encontrar mais informação em vários locais online, como Revelado calendário de provas e exames de 2025 (dn.pt).
Mas perder tempo a pensar nisso? Claro que não.
Então, eu pergunto-me: para que servem estas provas?
Para avaliar o nível de conhecimentos nas áreas avaliadas, para aferir o estado dos alunos e consequente estado do ensino em Portugal. Mas também pode ser ao contrário.
O que sei, e trabalhando nesta área, é que conversamos pouco sobre os resultados, tendo em conta o tempo que gastamos a conversar sobre o calendário.
Sempre gostei de saber porque é que os sites onde estas datas são publicadas e republicadas, que não são sites institucionais, não publicam e republicam os resultados...
Em conversa com professores descobri que a prova de História, por exemplo, será sobre cultura geral e não sobre conteúdos específicos da disciplina.
Assim, sim. Faz sentido.
Mas será que os pais sabem disso ou irão pagar explicações e obrigar os filhos a estudar para uma coisa que não se estuda, vive-se?
Sim, a cultura vive-se.
E tanto professores como pais e avós e outros tutores legais têm obrigação de passar o legado da nossa cultura para as gerações seguintes. Deixá-los estar a jogar para serem incluídos na sociedade que joga não é solução.
Não deixar utilizar telemóveis na escola e compensá-los em casa com todo o tempo de telemóvel também não é solução.
Sair de casa, passear, ir a eventos do seu município ou arredores, tudo gratuito, é uma solução.
Para termos telemóveis pagamos, tanto o aparelho como a net e até há pais que pagam jogos e dinheiro para utilizar nos jogos. Sim, compram dinheiro com dinheiro a sério.
A minha reflexão deste início de ano letivo é sobre o sentido que damos a isto tudo, enquanto sociedade. Ou sou só eu que penso nisto?

Boas reflexões!


terça-feira, 10 de setembro de 2024

Prevenção ao suicídio

 


"(...) a quarta principal causa de morte entre jovens entre 15 e 29 anos"
OMS, 10 de setembro de 2024

Podia ter escolhido outro tema... Este é tão triste e toda a gente prefere alegria.
Os cliques no post não vão ser muitos, ou até mesmo nenhuns.
Não é uma cara linda, nem crianças felizes.
As pessoas estão cansadas das tristezas da sua própria vida e então preferem ignorar as tristezas profundas dos outros, ou até mesmo as suas.
Aquilo que vai mais fundo e para o escuro só vê quem quer. Os outros passam ao lado.
Não fossemos nós o país do sol, praias e festas.
Mas a realidade é que também aqui há suicídios, ou vontades para isso.
Fingir que está tudo bem com as fotografias alegres partilhadas nas redes não significa que realmente esteja tudo bem.
Como trabalho com crianças e adolescentes, tenho a sorte de presenciar uma mudança no ensino nos dias de hoje.
Hoje ensina-se que todos temos emoções, quais são, como identificá-las, como geri-las e perceber nos outros essas mesmas emoções.
Os meus alunos aprendem e eu também.
Já são muitos os projetos que trabalham estes temas, das mais variadas formas, todas válidas, cada uma à sua medida.
Este domingo, na Feira do Livro do Porto, pude folhear alguns desses projetos que se transformaram em livro. Um deles é Viagem ao Coração de Ana Filipa Félix, totalmente português.
A nível internacional destaco um no qual eu própria já estive envolvida em Portugal: Zippy´s Friends. Aplicado em escola mas que envolve toda a comunidade educativa onde se inserem as famílias.
Mas... Qual é a relação disto com a Prevenção do Suicídio?
Toda! Estamos a falar do interior da pessoa, para lá do físico, para lá da higiene corporal e da aprendizagem de conteúdos.
Estamos a falar de saúde mental quando falamos de emoções. Estamos a falar de saúde mental em risco, ou para lá do risco, quando falamos de suicídio.
Então, prevenir esse mesmo suicídio passa também por identificar emoções desde cedo, como quem aprende a falar e a comer. Passa por saber lidar com os diferentes estados de espírito pessoais para que o dia não fique prejudicado, para que as relações com os outros não fiquem prejudicadas. Assim nem falaremos de suicídio no futuro, espera-se.
Tristeza, frustação, angústia, ... Tudo isto faz parte de nós e não é mau, é apenas um facto com o qual devemos saber lidar de forma positiva.

Já tinha como objetivo escrever sobre isto hoje, e há 16 horas as Nações Unidas fizeram precisamente o apelo para que se comece a conversa, para que se quebre o silêncio sobre os números estrondosos que temos hoje sobre taxas de suicídio. Disponível para todos em Dia Mundial da Prevenção do Suicídio incentiva quebra do silêncio | ONU News.
Podemos ficar a conhecer as iniciativas de cá para este tema em: Dia Mundial da Prevenção do Suicídio – prevenirsuicidio.pt
Nas minhas salas de aula a estratégia passa por estar atenta e "puxar conversa" caso surja necessidade. Responder com respostas concretas e reais também é a solução.
Só acredita em unicórnios cor-de-rosa quem quer e até uma certa idade. Também há cenários negros e devem ser tidos como reais.

Boas conversas!


segunda-feira, 26 de agosto de 2024

Igualdade Feminina


Hoje, 26 de agosto, assinala-se o dia Internacional da Igualdade Feminina.
8 de Março é o Dia da Mulher, certo. Então para quê mais um dia?
Em 1973, já lá vão 51 anos, no Congresso dos Estados Unidos foi instituído este dia com o objetivo de relembrar anualmente as várias conquistas das mulheres na vida ativa da sociedade.
Visto com os olhos de 2024, em plena Europa, parece irrelevante.
Mas não é... Basta sair da Europa e vemos locais onde a mulher nem sequer pensa no voto nem na sua utilidade enquanto mulher.
Uma das grandes conquistas foi essa mesmo: direito de voto.
Hoje em dia faz sentido utilizar este dia para refletir sobre o que ainda há por fazer no que toca à igualdade de género.
Será que os ordenados são iguais para homens e mulheres?
Não. Porquê? 
Será pelas funções que lhes permitem desempenhar?
Tendo eu estado em funções que maioritariamente são de homens (comandante de pelotão de atiradores no exército), tendo eu recebido o mesmo que os homens, penso que o problema não está na organização, pois essa tem requisitos de entrada, tem tabela de ordenados, funções bem definidas, tudo muito bem estruturado e estandardizado.
O problema está nas mentalidades, tanto dos colegas que rodeiam a mulher que ocupa o lugar que se esperava ser de um homem, como das próprias mulheres que pretendem essas funções e ainda não conseguem encontrar o equilíbrio da condição feminina.
Eu tive a sorte de ter colegas excelentes, e chefes também. Isto permitiu-me ter tempo para encontrar o meu equilíbrio enquanto mulher. 
Parece que estou a falar de algo abstrato? É isso que sinto quando o tema é lançado para os debates.
Então, para que este tema possa ser trabalhado corretamente com os adolescentes e jovens que serão os trabalhadores num futuro próximo, sugiro ser mais concreto e pô-los a entrevistar pessoas que sentem esta dificuldade e pessoas que não a sentem. Nem tudo é mau e as boas histórias podem ser exemplo do caminho a seguir.
Voltando ao meu exemplo, que esse já ninguém me tira:
- quando confrontada com outras organizações, a desempenhar as minhas funções, era colocada em causa, mas com o espaço que os meus colegas e chefes me davam, tive tempo para arranjar forma de saber lidar com isso e superar essa ignorância de trabalhadores de outras organizações;
- quando a fase do mês conhecida por menstruação, de que praticamente nenhuma mulher se livra, chegava, eu tive que conseguir fazer os exercícios militares, desempenhar tudo o que desempenhava nos outros dias, optando por tomar medicação em vez de pedir folga pois isso tiraria a igualdade que tinha conquistado até aí, os meus colegas e as pessoas que dependiam de mim não o mereciam;
- quando tinha que me vestir, dormir, tomar banho e fazer o mais variado tipo de atividades íntimas num meio só de homens, consegui arranjar estratégias para me tornar "invisível" pois nenhuma instituição nada em dinheiro para fazer uma instalação sanitária só para mim enquanto mulher; mais uma vez, isso tiraria a igualdade até então conquistada;
- ser mãe, queria e já o sou, tal como os meus colegas queriam ser pais e já o são, e por aqui não entro pois daria outro artigo.
E desses 10 anos só tenho histórias boas, pois as más ficaram no passado e só servem como exemplo de más práticas, elas não me definem.
Por isso, mais do que leis, este dia foi feito para todos refletirmos no nosso papel nesta igualdade feminina e refletir sobre a forma como reagimos perante aqueles que são intolerantes, que não respeitam essa mesma igualdade.

Queremos ensinar os mais jovens a atacar apenas ou queremos que eles se tornem pessoas resilientes e de sucesso?

Sobre a agenda da União Europeia e do Objetivo de Desenvolvimento Sustentável 5, penso que é realmente ambicioso mas pode ser visto como uma motivação para que algo mude até 2030. No entanto, as profissões terem o mesmo número de homens e mulheres também me parece exagero.
A igualdade de acesso, ok. A igualdade de tratamento, ok.
Mas será que as mulheres querem mesmo seguir para as áreas da tecnologia em igual proporção aos homens? Têm que mudar o que querem e o que têm jeito para fazer apenas para haver igualdade?
Eu adoro ser professora de ciências, mas não me vejo, de todo, numa grande empresa a fazer ciência, apenas porque gosto de estar com os alunos e fazer o crescimento com eles. É a minha vocação. Não é medo de seguir a área da tecnologia.

Queremos ensinar os mais jovens a seguir a maioria ou a ter a sua vontade própria e caminho definido com sentido para si?

Nem tudo é cor-de-rosa, nem tudo é um arco-íris, há quem goste de preto e de vermelho.

Boas reflexões!


 

quarta-feira, 10 de julho de 2024

Professores aprendem com Minecraft

 



Há muito tempo que conheço o nome.

Já entrei no jogo para tentar ganhar ao meu filho, mas sem sucesso. Afinal nem era um jogo de ganhar mas sim de construir em conjunto... Toma lá que os videojogos afinal não são tão maus!

Sobre o Minecraft Education ouvi falar mas o nome suou-me complicado já de si... Como é que eu, que nem sequer consegui jogar, vou conseguir dar aulas utilizando esta pataforma?

Lá assisti a uma palestra onde Justin Edwards demonstrou tanta coisa gira e útil. Mas ainda não arrisquei...

Agora é lançado "Innovative Teaching & Learning with Minecraft", que significa "Ensino-aprendizagem inovador com Minecraft" e faz-me pensar porquê que o Minecraft já tem tantos anos e ainda é considerado inovador...

Se calhar, tantos professores como eu ainda não arriscaram dar aulas com recurso a esta ferramenta que o Justin fala e divulga com tanta paixão.

Este verão lançaram "Free summer training" em Webinar: Minecraft 101 | Criando uma sala de aula de aprendizagem baseada em jogos pelo Minecraft Education (bigmarker.com).

É desta que vou conseguir desbloquear? Com um verão assim, sem dias a fio de sol a convidar a estar sempre lá fora, acho que vou apostar nesta brincadeira séria.

Afinal, eles dizem que 

Este módulo equipa os educadores com uma compreensão fundamental da aprendizagem baseada em jogos, a capacidade de navegar no Minecraft Education e as habilidades para integrá-lo no seu ensino, aprimorando as lições com os recursos educacionais exclusivos do Minecraft.

Aprenderei:

- Princípios Básicos da Aprendizagem Baseada em Jogos: Explorar as teorias educacionais e os benefícios por trás da aprendizagem baseada em jogos e entender como ela envolve os alunos e promove habilidades de pensamento crítico.

- Navegar no Minecraft Education: Ganhar habilidades práticas no uso do Minecraft Education, desde a configuração e gestão de um ambiente de sala de aula até a criação e implementação de planos de aula dentro do jogo.

- Integrar o Minecraft no currículo: Aprender a incorporar perfeitamente o Minecraft Education no currículo existente, usando as ferramentas e recursos para criar experiências de aprendizagem interativas e imersivas em vários assuntos.

E ainda

Transformar a minha abordagem de ensino e descobrir maneiras inovadoras de inspirar e educar os meus alunos com o Minecraft Education.

Parece-me uma boa proposta! Pode ser que assim jogue novamente com o meu filho e consiga fazer alguma coisa de jeito...

Bons jogos!

terça-feira, 18 de junho de 2024

Bola é sempre bola



Segundo dia de férias para alunos do 5°ano ao 8°ano.

Primeiro dia de férias para alunos do 9°ano.

Vários grupos de rapazes foram até ao campo da bola mais próximo só para dar uns toques e chutar à baliza e, sem dar conta, já estão a jogar com suplentes e tudo. 

Os telemóveis têm de esperar pelos dias de chuva... Temos pena! 

A bola é sempre a bola, independentemente do século ou da era ser digital ou não.

É isto que eu adoro no trabalho com crianças e adolescentes. Se lhes damos espaço, tanto físico como para pensar no que podem fazer, não é a tecnologia que ganha... 

Dá trabalho? Dá, pois o adulto tem sempre de estar atento não vá alguma coisa correr mal. 

Mas até isso faz parte das aprendizagens. 

As minhas atividades de férias escolares começaram assim... A rir da tecnologia. 

Boas férias! 

quinta-feira, 13 de junho de 2024

Altura de balanço


Uma das grandes vantagens da STEM Discovery Campaign que a Scientix lança todos os anos é fazermos o registo de tudo o que fomos fazendo enquanto professores desde maio do ano anterior até abril do ano em que a campanha é lançada. Este registo ajuda-me a ter noção do quanto aproveitei o ano letivo para melhorar a minha prática pedagógica, atualizá-la e, acima de tudo, aprender e divertir-me com os meus alunos.
Este ano não foi exceção e voltei a participar com os registos de atividades em que participei, criei e/ou dinamizei desde maio de 2023 a abril de 2024.
Passo a partilhar para que outros tirem ideias e arrisquem para o próximo ano:
- Projeto Todos ligados pela água - projeto de escola a concurso com atividades desde o pré-escolar ao ensino secundário com temas ligados ao oceano e reservatórios de água doce (SDC24 Activity (scientix.eu));
- eSports na Educação - colaboração com a resposta a questionários sobre o tema (SDC24 Activity (scientix.eu));
- Triatlo SEI+ - competição com atividades sobre matemática, desporto e português com a participação de várias escolas de São João da Madeira (SDC24 Activity (scientix.eu));
- Mundo digital e segurança - criação de plano de sessão sobre a segurança na Internet com alunos do 7º ano do Ensino Doméstico (SDC24 Activity (scientix.eu));
- A Terra como um sistema termodinâmico - criação de plano de sessão para o módulo de Termodinâmica do Ensino Secundário Profissional (SDC24 Activity (scientix.eu));
- Episódio 19 da Scientix TV - visualizar, comentar e partilhar (SDC24 Activity (scientix.eu));
- As soluções químicas à nossa volta - criação de plano de sessão para o módulo de Soluções do Ensino Secundário Profissional (SDC24 Activity (scientix.eu));
- Celebrar o dia da árvore, da água e da poesia - plantação de árvores (SDC24 Activity (scientix.eu));
- Todos ligados pela água - criação de plano de sessão para uma aplicação vertical, do pré-escolar ao ensino secundário (SDC24 Activity (scientix.eu));
- Integração efetiva de STEAM - colaboração com a resposta a questionários sobre o tema (SDC24 Activity (scientix.eu));
- Super Mario e Sonic com Excel - criação de plano de sessão no âmbito do MOOC Games in School (SDC24 Activity (scientix.eu));
- Episódio 18 da Scientix TV - visualizar, comentar e partilhar (SDC24 Activity (scientix.eu));
- A Ciência que não vemos - criação de plano de sessão para o módulo de Circuitos Elétricos do Ensino Profissional Secundário (SDC24 Activity (scientix.eu));
- MOOC Aceleradores de Partículas - participação como estudante (SDC24 Activity (scientix.eu));
- MOOC Ensinar Sustentatilidade para a ação - participação como estudante (SDC24 Activity (scientix.eu));
- MOOC Trazer o Oceano para a sala de aula - participação como estudante (SDC24 Activity (scientix.eu));
- Mão Robótica: a Força na mão - implementar uma atividade STEM com os alunos (SDC24 Activity (scientix.eu)).

Parece muito, mas se virmos bem são atividades feitas durante um ano inteiro e são uma forma de prepararmos aulas e dinamizarmos essas mesmas aulas.

Estas campanhas são o palco que reconhece o que os adeptos de inovação e STEM em sala de aula (ou fora dela) fazem ou planeiam fazer, e são uma oportunidade para qualquer um.

Bom ano!



terça-feira, 20 de fevereiro de 2024

Life Terra mission


Traduzido à letra é "Missão Terra" e assim o podemos chamar.

Idealizado para que as mais diversas comunidades de aprendizagem formais e informais dediquem um pouco do dia a dia, ao longo de um período de tempo curto ou comprido, conforme as disponibilidades, a dinamizar atividades que promovam a proteção ambiental e a sustentabilidade do ser humano na Terra.

Como mãe e professora já apliquei alguns Cenários de Aprendizagem em fase de teste.

Chega agora a vez de participar com atividades já testadas e com provas dadas que trazem benefícios, quer seja na prática pedagógica do professor, quer seja para o aluno enquanto aprendiz ativo, e também para a sociedade como um todo.

Ao visualizar o Episódio 17 da Scientix TV, ficamos a conhecer toda a dinâmca e como é fácil ficar envolvido (clicar em cima do filme).

Boas missões!