segunda-feira, 6 de agosto de 2012
Vozes que não se ouvem
Na edição de Julho deste ano da revista National Geographic temos oportunidade de ler um artigo com o título "Vozes em risco", de Russ Rymer, cuja sinopse está em http://www.nationalgeographic.pt/articulo.jsp?id=2600372.
Línguas como Tuvana (da zona fronteiriça a Este da Rússia), Aka (da Índia), Seri (do México), Euchee (de Oklahoma) e outras mais que fazem um total de mais de 2000 em vias de extinção ou já extintas, são faladas ainda por milhares de pessoas ou apenas por 4 (Euchee) que ainda tentam ensinar aos mais novos como continuidade de uma identidade já quase ultrapassada.
O curioso da maioria destas línguas é a impossibilidade de tradução palavra a palavra, pois há palavras que transmitem uma ideia tão complexa e cheia de significado que nos faz pensar sobre o significado do nosso vocabulário.
Por exemplo, na língua Tuvana, a palavra "ezenggileer" significa "cantar ao ritmo do cavalo a galope" (segundo Russ Rymer). Para nós, que não falamos seri, qual a importância de cavalgar?
Este artigo faz-me lembrar o nosso Mirandês, ainda falado por algumas pessoas dos concelhos de Miranda do Douro, Vimioso, Bragança e Mogadouro.
Qual a importância de preservar as línguas antigas? Será o que elas representam, a identidade do povo e do seu passado?
Na revista o autor escreveu a frase "Cada pessoa possui uma flor dentro de si e dentro dessa flor existe uma palavra. A língua é uma semente da identidade dos seri".
Para mim será dos seri e de todos os povos. É uma semente pois enquanto existir como semente, a identidade mantém-se, nem que seja escondida dentro de cada um.
Boas leituras!
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