Sendo a Literacia um termo muito abrangente e com bastantes definições propostas por diversos autores, que o fazem num determinado contexto (histórico, cultural, social, económico), preocupa-me a sua relação com a Educação.
Esta relação levanta uma problemática com vista à clarificação do que deveremos “investir” como literacia. Há várias teorias sobre este tema, mas um dos aspectos comuns é que podemos ter várias literacias. Assim, o problema parece estar parcialmente resolvido, pois basta adequar ao que queremos falar.
Neste caso, aproveito os termos “Literacia da Internet” e “Literacia de Informação”. Estes sim, penso que sejam preocupantes, e ainda bem que já pensaram neles.
Será que estamos realmente preparados para ensinar às crianças e jovens a ser literatos de Internet e Informação?
Pergunto isto porque pouco sabemos (e eu nem sou das gerações mais afastadas da era tecnológica) sobre as oportunidades e os perigos que esta dimensão tem para quem a quer explorar.
As oportunidades são bastantes, mas…
Quem como pais não se interrogou se as redes sociais são uma boa opção de socialização dos jovens?
Quem como professor não se questionou sobre a credibilidade da informação retirada pelos alunos num qualquer site?
Até mesmo este blogue é posto em causa, pois é um blogue de opinião e não uma fonte validada por nenhuma entidade.
Com este espaço, tento criar (uma das componentes da Literacia da Internet), ser produtor activo, receptor de conteúdos se alguém participar nas discussões, melhorando assim a interactividade e a participação online.
Mas esta tentativa torna-me mais literata da Internet e/ou da Informação?
Baseado em Nelson Vieira, “As Literacias e o uso responsável da Internet”
terça-feira, 21 de setembro de 2010
quinta-feira, 16 de setembro de 2010
“Obscurantista e tirânico”
Estava eu nas minhas leituras quando me deparei com esta expressão, “obscurantista e tirânico”. É utilizada para se referir aos períodos em que o povo sofreu opressão por parte do estado.
O mais curioso é que esta expressão é utilizada para realçar o efeito positivo que o salazarismo teve na alfabetização e na escolarização.
Os objectivos eram bem claros e pensados a nível económico e político, esquecendo o bem-estar e desenvolvimento pessoal de cada cidadão português. Queria-se uma sociedade industrial e para isso foram criadas mais escolas, crescendo a preocupação com a alfabetização da população fabril, unicamente. Precisávamos de mão-de-obra qualificada para igualar aos outros países da Europa.
Esta preocupação gerou uma comunidade mais letrada, quer aceitemos ou não. Gerou mais escolas, mesmo com as metodologias menos adequadas. As mudanças existiram, mesmo que impostas. E os frutos só foram colhidos muitos anos depois.
Então, eu pergunto, qual é a função do cidadão comum quando quem está no poder toma decisões que alteram realmente a nossa forma de viver e ver o futuro, inseridos nesta aldeia global?
Se calhar não faria mal se olhássemos um pouco para a nossa História, enquanto portugueses, para perceber certos fenómenos de hoje. Pensar na crise, qualquer que seja, com uma perspectiva positiva, inovadora e construtiva.
O mais curioso é que esta expressão é utilizada para realçar o efeito positivo que o salazarismo teve na alfabetização e na escolarização.
Os objectivos eram bem claros e pensados a nível económico e político, esquecendo o bem-estar e desenvolvimento pessoal de cada cidadão português. Queria-se uma sociedade industrial e para isso foram criadas mais escolas, crescendo a preocupação com a alfabetização da população fabril, unicamente. Precisávamos de mão-de-obra qualificada para igualar aos outros países da Europa.
Esta preocupação gerou uma comunidade mais letrada, quer aceitemos ou não. Gerou mais escolas, mesmo com as metodologias menos adequadas. As mudanças existiram, mesmo que impostas. E os frutos só foram colhidos muitos anos depois.
Então, eu pergunto, qual é a função do cidadão comum quando quem está no poder toma decisões que alteram realmente a nossa forma de viver e ver o futuro, inseridos nesta aldeia global?
Se calhar não faria mal se olhássemos um pouco para a nossa História, enquanto portugueses, para perceber certos fenómenos de hoje. Pensar na crise, qualquer que seja, com uma perspectiva positiva, inovadora e construtiva.
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