O trabalho autónomo é uma meta alcançável e desejável.
Trabalhar em autonomia não significa trabalhar sozinho e de forma solitária.
Quando se consegue trabalho autónomo, meta para todos os alunos do Centro Educativo e de Formação Espaço Crescer (https://espacocrescer2012.wordpress.com/), consegue-se trabalhar de forma independente, e os requisitos para que isso aconteça são:
1 - conseguir concentrar-se na sua tarefa ou do seu grupo
2 - conseguir interpretar o enunciado ou situação com o qual é confrontado
3 - refletir e/ou discutir com o seu grupo a melhor forma de alcançar a resposta para o que é pedido
4 - estruturar a resposta e escrevê-la
5 - concluir
6 - reformular e reiniciar o processo se necessário
Isto aplica-se para atividades físicas, associadas a jogos de equipa ou individuais, atividades cognitivas, como fazer trabalhos de casa e estudar para testes e exames, e outros domínios. Aplica-se desde a idade mais jovem até morrermos.
Ser autónomo não é não precisar de ninguém. É apenas não ter receio de avançar para aquilo que não conhece, arriscar, ponderar, discutir, refletir, tentar resolver, mesmo que não perceba nada sobre o assunto e sem ter medo de errar.
E isto tudo pode fazê-lo em trabalho de pares para que esta aventura seja mais fácil e deliciosa.
Após vários dias de estudo durante as férias, aqui no Espaço Crescer optamos agora por fazer outro tipo de dinâmica, para motivar os mais velhos a aprenderem e a ajudarem a aprender.
Nada melhor do que tentar ensinar a alguém para perceber quais são as possíveis formas de aprender e assim compreender que nós próprios temos dificuldades que podem ser resolvidas.
Ao tentar ajudar os outros, tomamos consciência de nós próprios pois temos que adaptar a nossa linguagem para que nos percebam.
Desta forma temos desmitificado a falta de empatia entre alguns professores com os nossos alunos que vão percebendo que o "problema", se é que existe, não está em si mas na comunicação com os professores e outros colegas.
O trabalho de pares é excelente para perceber toda esta dinâmica sem grandes explicações pois as coisas vão simplesmente acontecendo.
Por exemplo, um aluno de 1º ano que transitou para o 2º ano tem uma ficha de trabalho que não consegue fazer sozinho. Um outro aluno de 3º ano tenta ajudá-lo mas não pode fazer por ele, apenas explicar o que se pretende e esclarecer as várias formas de chegar até à resposta.
Por vezes, no meio deste processo, ouço "Isto é tão fácil e tu não percebes!". Esta observação não é negativa, não deve ser. -mas, se a atividade for mal orientada, pode ser negativo...
Se pegarmos nisto e fizermos ver que se não sabe foi porque ainda não aprendeu e aqui está uma boa oportunidade de o fazer e o aluno de 3º ano tem essa missão, a de ensinar, torna-se bastante positivo.
O de 1º ano ganha a humildade de aceitar que um amigo de brincadeira seu sabe mais e pode aprender muito com ele. O de 3º ano ganha a perceção de que explicar-se afinal não é assim tão fácil e desenvolve várias formas de se exprimir, consoante a situação assim o exija.
Seria um exercício interessante para adultos desenvolverem o autoconhecimento e tolerância face a outras formas de raciocínio.
Por exemplo, uma cabeleireira explicar a um arquiteto como se cortam cabelos. Uma educadora de infância explicar ao senhor do talho como contar uma história....
Bom trabalho!