quarta-feira, 29 de maio de 2019

Falar bonito, ler e escrever bem

terapia da fala

O diálogo tem como armas a língua falada e a expressividade que se coloca à mensagem.
Mesmo não sabendo ler nem escrever, conseguimos falar, argumentar, expressar emoções e opiniões e isso leva-nos mais além em todos os domínios da nossa vida.

Imaginemos agora que voltamos ao 1º ano de escolaridade, quando as letras que até então eram desenhos passam a fazer sentido juntas: aprendemos a ler e a escrever.
As palavras juntas passam a existir como essenciais para expressar ideias.
Ora, se até então falamos bem e bonito, com cuidado na pronúncia das palavras e com o vocabulário rico dando os nomes reais às coisas do quotidiano, esta transição para o mundo da escrita vai ser mais fácil, vai fazer muito mais sentido.
Não são só os adultos que precisam de gostar do que fazem, as crianças também.
Se não tiverem vocabulário, como legendar esta simples imagem, por exemplo?


Será uma "mala"? Não...
É uma mochila.
Se todos os dias as crianças, quando estão a ir para a escola ouvirem "Põe a mochila às costas." em vez de "Pega na mala." a transição para a aprendizagem da escrita é mais simples.
Aprender o som "CH" parece fácil, aprender a escrever o som "CH" já parece mais difícil. Imaginem então se optarmos não falar com esses sons difíceis, como é que os mais novos tiram boas notas na escola? 
Desengane-se quem pensa que é retirando os tablets e outros aparelhos.

As melhores classificações em testes só aparecem se existir esforço de todos nesse sentido.
Para a Família mais próxima começa logo ao nascimento e nunca mais para, até ao infinito e mais além.
Para os Educadores e Professores começa e termina no tempo de aulas. Só.
Para os Terapeutas da Fala começa quando a Família, Educadores e Professores detetam sinais de alerta e se dirigem até ao terapeuta. Estes sinais podem ser:
- Não sorrir nem reagir a sons
- Ter 2 anos e não falar
- Ter dificuldades a ler e a escrever
- Gaguejar
- Ter dificuldade em falar
- Não conseguir dizer alguns sons
- Falar pelo nariz
- Sentir a voz rouca e cansada
- Usar a voz em demasia no dia a dia
- Ter dificuldade em mastigar ou engolir alimentos
- Engasgar-se com frequência
- Ter dificuldade em comunicar com os outros

É isto que fazemos em consultas de Terapia da Fala no Espaço Crescer Centro de Estudos.
O trabalho do Terapeuta da Fala termina quando já não há sinais de alerta a trabalhar.

Não deixemos para depois trabalhar para que as classificações sejam as melhores possíveis.
O crescimento começa quando se é pequenino.

Boas falas!


quarta-feira, 8 de maio de 2019

Estudar nas férias


Nesta fase do ano, final do ano letivo, onde parece que está tudo a terminar mas ainda há tanto que fazer, no Espaço Crescer Centro de Estudos dividimos a nossa atenção em dois focos:

(1) Terminar o presente ano escolar em grande, com o máximo sucesso possível 

(2) Idealizar um verão divertido, recuperador de energias e a trabalhar de forma tranquila para a continuidade do próximo ano letivo

É isso que garantimos e é isso que desejamos para qualquer pessoa.

Parar totalmente é bom, é certo. Mas importa saber o que é parar.
Não é parar deixar de fazer atividades de escrita e cálculo e passar a jogar computador.
Se o cérebro continua a ser estimulado com tudo o que um jogo de pequeno ecrã tem para oferecer, não estamos a deixar que descanse.

Parar é ir à praia, passar manhãs ou tardes a fazer exercício físico de qualquer género, a brincar ao que apetecer, a conviver com os amigos, a dar mergulhos nas piscinas, mesmo que sejam daquelas caseirinhas.
Parar é olhar para um livro como um passatempo e não como uma obrigação.
É pegar nesse livro e lê-lo de forma divertida, pois foi esse o seu objetivo de existir.
É olhar para os números como um desafio que dá gozo resolver, pois é para isso que a matemática existe.
É descobrir tudo o que há para descobrir no mundo marinho, na nossa história e na história do mundo, pois foi para isso que se fizeram os registos e os estudos superiores, para serem conhecidos e vividos vezes e vezes sem conta.
Parar no verão é crescer sem complicações nem obrigações, sem nunca esquecer que somos seres humanos não autómatos que apenas mexemos os dedos e os olhos.

Se criarmos momentos como Estudar nas Férias, deixamos que o descanso realmente aconteça e garantimos que o crescimento enquanto pessoa continue de forma saudável.

Bons descansos!

sexta-feira, 3 de maio de 2019

Olhos diferentes, visões iguais


Se hoje pedirmos para desenhar uma mãe com o seu filho, em qualquer um dos continentes, a criança vai desenhar sempre um mulher com o seu filho ao colo ou lado a lado com a mão dada.
Esta visão de que a mãe é a companheira é geral.
Mesmo não sendo isso que a criança viva na sua dura realidade, é isso que ela sabe que seria de esperar.
Porque vê à sua volta, mesmo não parecendo.
Porque sente falta, mesmo não dizendo nem fazendo qualquer birra por saudades ou desejo de ter uma mãe ao seu lado.
Quando notamos isso?
Quando estamos com a criança a fazer o que as mães fazem de melhor: companhia cheia de amor apenas por estar perto.
Se nessa altura olharmos nos olhos dos filhos, vemos uma felicidade que só aí acontece.
Não precisamos ralhar para dar os melhores ensinamentos, não precisamos falar sequer.
Só estar.
É isso que desejo para este fim de semana em que as mães recebem presentes dos mais novos e visitas dos seus filhos já adultos.
Às mães que o são, e às mães que fazem esse papel cuja diferença está apenas no ADN.

A fotografia acima foi retirada do álbum Aulas na Escolinha, de quando estive em Moçambique a dar aulas.

Bom dia da Mãe!