As férias de Carnaval 2013 no Centro Educativo e de Formação
Espaço Crescer em Arada, concelho de Ovar, foram passadas novamente com um
horário rico em atividades de aprendizagem e brincadeira em simultâneo, mesmo
sendo apenas por três dias.
Desta vez, na atividade com o nome “Brincar com a
matemática”, recorremos ao Tangram para jogar com as imagens geométricas e ao
mesmo tempo desenvolver o raciocínio lógico e o método de tentativa-erro.
Utilizamos duas versões, ambas conseguidas de forma fácil, ao
alcance de qualquer pessoa para ter em casa, como mostram as imagens seguintes.
Inicialmente houve um pouco de receio de uma das meninas de 9
anos pois, tal como ela disse, “Eu não sei... Nunca... Nunca brinquei com a
matemática!”.
Um dos fatores que enriquece estas atividades durante as
férias é a informalidade das mesmas.
O receio desta menina esvaneceu-se quando outra, um ano mais
velha, lhe explicou como fazer, experimentando várias maneiras de colocar as
peças até conseguir a imagem pretendida, sem medo de colocá-las no local
errado.
O que ambas não sabiam é que a imagem mostrada era a solução
do Tangram, como a imagem em baixo, e não a imagem que deveria ser mostrada.
Decidi mostrar primeiro a parte fácil para perceber em que níveis
estavam. Ao aperceber-me de que já conseguiam fazer mais do que duas figuras
com as soluções, expliquei-lhes que há um nível mais difícil, onde as figuras
geométricas não estão identificadas, como na imagem seguinte.
Aí sim, a dificuldade aumentou e rapidamente perceberam que
teriam que esforçar mais o seu raciocínio porque o desafio era muito maior.
Apesar deste esforço adicional, depois de terem conseguido as
imagens anteriores no nível mais fácil, o seu interesse e motivação aumento um
pouco.
Esta motivação não foi suficiente para que conseguissem mais
do que uma imagem, acabando a mais experiente por referir que não tem o jogo em
casa para poder praticar e assim conseguir fazer mais figuras.
A conclusão é simples, mas deixa muito a pensar sobre as
práticas letivas e a educação nos vários contextos: todos gostamos de bons
desafios, quaisquer que sejam, e gostaríamos de disponibilizar mais tempo e
“cabeça” para eles, mas o corre-corre dos programas escolares e da vida em
geral impede-nos de ser melhores em algo, mesmo que seja em detrimento de
outras coisas.
Sabemos distinguir o essencial do acessório?
Bons raciocínios matemáticos!
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