Como estamos a entrar no mês de Março, mais um mês com férias escolares, começa também a direção do meu pensamento para atividades que possamos realizar nas férias escolares da Páscoa 2016 no Centro Educativo e de Formação Espaço Crescer (https://espacocrescer2012.wordpress.com/).
Claro está que a Escrita Criativa e a Hora do Conto estarão presentes no nosso calendário, mas a escolha do conto deixa-me sempre a pensar mais do que nas restantes atividades.
Porquê?
Ora bem...
Se escolho um conto muito interessante mas que seja apenas texto, pois a seguir iríamos ilustrar ou fazer outra animação, rapidamente a atenção se dispersa em tudo menos na história a ser contada.
Se escolho um livro lindíssimo, repleto de excelentes animações, a atenção nunca passa pelas letras mas sim pelos desenhos.
Se peço para escolherem um livro, cada um consegue ter a capacidade de escolher um tema que goste mas mesmo assim não se sente motivado para ler o pequeno livro até ao fim.
Tenho pensado sobre isso e analisado vários livros infantis, a chamada literatura infantil, onde todos os livros que são destinados a crianças entram.
É muito bom que o gosto pelo objeto livro seja incentivado desde muito cedo, mal consigam segurar no livro, como é o exemplo daqueles livros de plástico para levar para o banho.
Mas depois devemos continuar a aumentar o grau de complexidade do livro, acompanhar o desenvolvimento cognitivo da criança introduzindo mais letras e retirando mais imagens.
Não quero com isto dizer que quando chegarmos aos 18 anos só devêssemos ler livros com letras, muito pelo contrário.
A criatividade também é importante para aplicar noutros contextos de vida, daí a importância das ilustrações.
O que pretendo expor é que, neste momento, tenho assistido a comentários como "Adoro ler livros!" e depois peço para ler um pequeno enunciado e não são capazes se explicar o que está escrito, mesmo a língua sendo o português.
Será que quem escreve os enunciados não o faz de forma para que se perceba? Mas é português...
Mesmo que a linguagem utilizada seja mais complexa, um leitor que é realmente leitor e não apenas adepto do objeto livro conseguiria interpretar, pois o seu pensamento e raciocínio lógico já teriam evoluído nesse sentido.
Folclore de Literatura Infantil, foi a expressão que me ocorreu ao olhar para as estantes do supermercado e também para a sala de literatura infantil de uma biblioteca.
É excelente que o objeto livro esteja a ser cada vez mais tido em conta, mas já devíamos estar a passar para o nível seguinte em que as letras e a mensagem é que contam na realidade.
Afinal de contas, os e-books já chegaram há muito tempo e nós só agora é que passamos a gostar do livro em papel...
Ah!
E outro aspeto interessante: os pequenos são levados a ler, mas os mais velhos referem que não têm tempo.
Pois bem, os pequenos entram na escola às 8h30, estudam até à hora do almoço, depois continuam a estudar e no final do dia ainda fazem trabalhos de casa, isto tudo sempre a ler e a escrever em livros e cadernos.
Os adultos pegam num livro... Quando? E num caderno para escrever... Quando?
Aqui fica a dica: preocupem-se mais com o conteúdo do que com o pacote em que está envolvido. Para isso é preciso gastar algum tempo com o que realmente é importante: o que está lá dentro e a mensagem que quer passar.
Os livros estão feitos e, felizmente continuarão a ser trabalhados novos temas surgindo novos livros. As ferramentas estão disponíveis, vamos saber utilizá-las?
Boas leituras!
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