No outro dia, a caminho da escolinha dos meus filhos, logo pela manhã, a primeira frase que dirigi a alguém que não mora comigo foi "Aí não é o caixote do lixo!".
Cansada de ver objetos, coisas, a voar pelas janelas dos carros, nessa manhã, como a estrada até é calma e vi com algum tempo de antecedência, deu tempo para parar o meu carro ao lado do carro que estava parado mesmo a meio de uma via, sem qualquer estacionamento.
Apenas parei e, sem escolha nem critério, lancei a frase para o meu recetor de mensagem que o confirmou com um "Obrigado!" muito educado.
Era uma senhora, muito bem parecida e educada, aparentemente, não fosse o facto de deitar lixo pela janela.
Tenho pensado nisso nestes dias (sim, penso nestas coisas...).
Perguntei-me como é que, em pleno século vinte e um, ainda há gente que tem estes gestos simples de pura falta de civismo.
Agora que escrevo, tenho outra visão...
Ao lembrar-me da senhora e do lixo que deitou pela janela, vejo uma senhora bastante triste e que o lixo era um lenço de papel.
Fui eu colocar mais lenha na fogueira daquela senhora?
Terei eu dado mais um motivo para que o dia dela estivesse a ser mau? Dia ou até mesmo fase...
Poderá ela ter parado o carro ali para chorar, num sítio onde mais ninguém visse e, ao acalmar-se, ter lançado o lenço para fora da janela como um ato físico de se libertar do que tinha?
Pois é...
Chamem-lhe o que quiserem.
Não gosto de lixo no chão, mas o lenço de papel até é biodegradável...
Mas, pronto... Valeu a pena, nem que seja porque depois tive que explicar à minha filha porque é que falei com a senhora que não conheciamos e que tinha o carro parado.
"Mãe, não se fala com estranhos..."
Boas loucuras!
Na verdade podia ser tudo isso...no entanto se não fizermos alguma coisa na hora vamos ficar a pensar no que podíamos ter feito...preso por fazer e preso por não fazer :-(
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