Diz-me e eu esquecerei
Ensina-me e eu lembrar-me-ei
Envolve-me e eu aprenderei
Provérbio Chinês
A família, na primeira infância, tem o papel fundamental para a educação e formação do ser da criança que nasce.
A escola, desde o jardim de infância até ao nível escolar que se pretende adquirir, tem o papel fundamental de incutir as regras e conteúdos aceites na sociedade em que se está envolvido, aprendizagens padrão e currículos em vigor, que se esperam ver aprendidos por todas as crianças e adolescentes.
Há quem compare esta educação escolar como uma formatação.
Poderemos ver esta formatação como algo positivo se utilizado como uma excelente ferramenta para todo o desenvolvimento como pessoa e ser que terá uma profissão e será um cidadão ativo.
O problema está nos intervalos, nos tempos em que a criança já não tem tempo escolar nem pode ainda estar com a família pois esta está a trabalhar.
Este tempo, que antigamente se passava no exterior ou em casa com amigos e avós, está cada vez mais desperdiçado.
Mas temos que estar sempre a pensar em aproveitar o tempo?
Não, mas também não podemos deixar que os aparelhos tomem conta de horas a fio de trabalho mental dos mais jovens.
Ver filmes, jogar jogos ou pura e simplesmente navegar na Internet é bom mas até um certo ponto.
Todos os dias, mais do que duas horas por dia... É exagerado...
Conseguimos fazer treino físico com essa frequência? Não.
Conseguimos estar em grupo sempre a conversar com esta frequência? Não.
Conseguimos ler livros com essa frequência? Não.
Conseguimos brincar a uma única brincadeira com essa frequência? Não.
Então, o ideal seria um equilibrio.
Uma aposta no tempo livre para aprender o equilibrio de que cada um de nós precisa.
Aprender a trabalhar/estudar autonomamente como rotina.
Aprender a estar em grupo com conversa "da palha" apenas para isso.
Aprender a escolher o desporto que se gosta e elegê-lo como o preferido mas ter a flexibilidade de experimentar outros e fazê-lo sem constrangimentos.
Aprender a escolher os temas que gosta de ler, escrever, ouvir ou dramatizar.
Aprender a resolver problemas do dia a dia que acontecem a todos sem exceção.
Até o aparelho pode ficar sem bateria e não termos o carregador por perto. E agora?
Todas estas competências, que não vou categorizar neste artigo, são adquiridas se tivermos o tempo livre ocupado com atividades de tempo livre.
Parece contraditório?
Não é.
Saltar no trampolim só se faz na infância... No tempo livre.
Brincar com a plasticina só se faz na infância... No tempo livre.
Aprender a atar os atacadores só se faz no tempo livre... Na infância.
Aprender a mexer no rato do computador e trabalhar com o teclado faz-se melhor se for por descoberta, no tempo livre...
Escolher o locais na Internet onde existem bons jogos e não apenas os que nos bombardeiam com publicidade faz-se no tempo livre e acompanhado...
Cantar, dançar, ouvir música com amigos faz-se no tempo livre.
A lista de atividades de ocupação de tempos livres é infindável. Vai até onde a imaginação do adulto que é o responsável deixa ir. Vai até onde a imaginação das crianças deixa ir.
No Espaço Crescer Centro de Estudos apostamos nos tempos livres e temos tido, ao longo destes 6 anos e meio, melhores resultados escolares quando otimizamos os tempos livres como tal.
Bons tempos!
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