quinta-feira, 7 de novembro de 2019

Comércio tradicional


De vez em quando lembro-me desta cidade, Lichinga. 
Nesses dias, como o de hoje, lá vou eu procurar mais fotografias para partilhar e dar a conhecer uma realidade tão diferente da minha.
Em 2011, o comércio tradicional de Lichinga não era apenas assim, apesar de ser a maioria.
Tal como nos países ocidentais e na própria cidade de Maputo, capital deste país, há lojas em edifícios mais modernos e com construção mais evoluída.
No entanto, não é isso que é desejado por estas pessoas.
Elas realmente gostam e confiam no que lhes é tradicional.
É mais barato, mais acessível e de mais fácil manutenção.
Para quê ter alta tecnologia se depois não conseguimos fazer uma manutenção correta da mesma?
Apenas criamos mais lixo e aumentamos o preço para os nossos clientes.
Se der uma espreitadela ao álbum Laboral, ficará a conhecer mais exemplos de gestão adequada ao público.
Se a grande maioria não tem dinheiro ou tem pouco, tenho que conseguir vender até a essa maioria.
Assim ficam todos contentes e servidos: quem vende e quem compra.
A situação mais controversa é mesmo a venda de roupa.
Sabemos nós que enviamos para África contentores de roupa para doar. 
Doar a quem? Alguma roupa chega diretamente às famílias mas outra não. É colocada à venda.
Será isso mau?
Ou será o comércio daquela zona assim?
Não nos podemos esquecer que a maioria das famílias não tem máquina de lavar sequer... Lavam a roupa uma vez por semana quando se deslocam ao único rio com caudal suficiente para lavar. Horas de caminhada. Ora, se tiverem muita roupa, têm que carregar muita roupa, visto que também não têm carro.
E por aqui continuaria de lógicas que validam o que para eles é tradicional e deve continuar.
Se quiser pode comprar o livro Titia amanhã não vou vir, onde explico o que realmente vi e vivi com eles.

Bons comércios!

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