Largo Nossa Senhora da Desterro, Arada, Ovar
Estamos a 20 de junho e esta fotografia foi tirada a 13 de maio...
Tirei-a quando fui fazer o meu passeio higiénico para bem de uma saúde mental em boa forma.
Tirei-a porque era 13 de maio e estava a igreja fechada apenas com uma senhora à porta sozinha, a cantar as músicas que cantaria se tivesse ido à sua viagem anual a Fátima.
Entretanto, mais de um mês passou...
Para onde terá ido o resto do mês de maio e mais de metade do mês de junho, já que nada mais fiz do que estar em casa e sair se estritamente necessário?
No início desta época estranha para todos a que chamamos quarentena, ou isolamento, ou confinamento, ou outro qualquer nome, grande era a preocupação generalizada de como ocupar tanto tempo...
Agora, pergunto eu, o que ficou por fazer?
Sim, acredito que tenha ficado alguma coisa por fazer, já que o tempo passou e eu nem dei por ela...
Não houve ginásios, idas à escola, ao ATL, aos parques, às festas nem a tantas outros locais e eventos.
Mas houve trabalhos de casa, imensos! Tudo para que os mais pequenos não percam o ritmo nem os conteúdos. Daí a tal desigualdade que agora dizem existir mas que dá espaço para muito debate.
Houve tarefas diárias, imensas! Já que está toda a gente em casa, sujamos mais, comemos mais, limpamos mais, dormimos mais, enfim...
Mas houve sapatos dos mais novos que vão ser dados a qualquer instituição como novos pois o número do pé já passou e os mais novos não tiveram oportunidade de os calçar.
Houve filmes interessantes para ver e séries para pôr em dia, imensas! Já que a hora de acordar é sempre relativa e podemos esticar mais o horário.
Mas houve séries que deixaram de dar pois as gravações tiveram que parar devido ao senhor vírus.
Hoje finalmente consegui parar aqui um bocadinho com a disponibilidade mental necessária, porque é apenas disso que se trata, para deixar gravada esta fotografia de um mês de maio da minha vida.
Todo o texto que idealizei escrever naquela altura já foi, ficou por fazer...
Todos os artigos de decidi e fiz planos de escrever com algum rigor e utilidade prática ficaram apenas nos planos, talvez consiga um dia fazê-lo, quando a escola acabar...
O que pretendo dizer é que independentemente do que estejamos a passar, como e onde, a vida passa por nós, os relógios continuam a contar.
Resta-nos só e apenas viver com a segurança que estamos a fazer o melhor que sabemos e podemos, por nós e pelos outros, sem certos nem errados.
No final, as contas são entre mim e Ele, se as houver, nada mais.
Bons meses!
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