Hoje descobri um grande perigo que corremos ao propôr a um aluno que leia ou copie uma determinada história. E foi da pior forma...
Uma pequenina história do manual foi a minha sugestão para exercitarem a escrita através da cópia.
O tema era a família...
Quando percebo que um dos alunos parou de escrever e ficou a olhar para o livro, tento descobrir porque o fez.
Quando vejo em que palavra parou, verifico que foi em "pai". Era aquele aluno cujo pai faleceu há menos de dois anos, vítima de SIDA.
Lá consigo dar a volta à questão, mas o aluno pousa a cabeça sobre os braços cruzados e começa a chorar sem dizer uma palavra e assim permanece...
Socorro! Pensei eu, sabendo perfeitamente porque estava a chorar.
Qual foi a solução que arranjei para não deixar os restantes alunos sozinhos e para não deixar o aluno em depressão?
Situações espontâneas que parecem cair do céu mandadas por algum ser superior!
Começámos a falar todos de algumas palavras em português e em inglês, até que um aluno se lembra do dialeto jaua, que o aluno em depressão sabe mais do que ninguém.
Pronto, e assim surgiu uma conversa acesa e animada sobre expressões no dialeto jaua.
Passo a transcrever aqui algumas que aprendi hoje com este aluno que ficou triste por uma história mal escolhida por mim.
editanga - porta
ichitela - árvore
macono - mão
ichala - dedo
nhuc - lápis
(perdoem-me se escrevo mal o jaua, mas como não encontro nenhum escrito neste dialeto, escrevo como se pronuncia)
Sem comentários:
Enviar um comentário