segunda-feira, 2 de maio de 2011

Capim e barro


Ao passar pelas várias aldeias entre Lichinga e Metangula, distrito do Lago, é cada vez mais evidente o contraste deste mundo com o mundo das novas tecnologias e mercados de massas.
A escola é a escola da vida e a vida faz-se com o que a terra dá.
Vemos capim e barro transformados em casas, vemos o chão de terra varrido com vassouras de capim, vemos os alicerces de troncos, vemos tantas outras coisas que de tão simples e minimalistas nos surpreendem com a grandeza que lhes está implícita.
Para quem é escuteiro e está habituado a construir com espia e barrotes, é uma sensação estranha perceber que estas pessoas não conhecem outra forma de viver sem ser aquela que nós simulamos nos acampamentos.
Mais uma vez me questiono, qual a utilidade de saber ler e escrever para quem precisa de saber sobreviver com o que a terra dá?
Para quê meticais (moeda moçambicana), quando o que precisam é de catana que lhes serve para tudo?
Como alguém me disse um dia destes, aqui parece haver três tipos: ricos, pobres e aqueles que nem sabem o que são meticais.

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