O acaso

Em pleno coração do Porto, em ruas que não sei explicar onde são exatamente, encontrei esta pergunta perdida, escrita por autor desconhecido, pelo menos para mim.

Como agora os telemóveis até tiram fotografias, aproveitei a paragem do carro devido ao trânsito e decidi registar esta imagem que me tem deixado a pensar.

"O que é esquecer?"

Ora bem, será perder a informação que um dia retemos e que outro dia deixou de existir?

Será lidar com algo de forma mais distante passando para segundo plano? Não, isto não seria esquecer mas sim arrumar num cantinho da nossa mente podendo ir buscar quando quiséssemos.

Hum...

É um exercício difícil pensar o que é esquecer até porque, se tento dar um exemplo do que esqueci não consigo fazê-lo pois está esquecido...

No meu ambiente de trabalho, esquecer é chegar a um teste, depois de muitas horas de trabalho e não conseguir responder a algo que temos a certeza que ontem sabíamos a resposta.

Isto é muito frustrante, mas acontece mais vezes do que gostaríamos...
Em ambiente familiar é pensar mil vezes que devo tirar a bata da escola da corda da roupa para na segunda colocar na mochila da minha filha e, quando chego à escola nessa segunda e vou à mochila a bata não está lá pois ficou na corda.
Isto também é frustrante, principalmente por ser uma coisa tal simples...
Diz uma aluna que esquecer "é não se lembrar das coisas". Só.
E outra diz "também".
E outro responde "Esquecer o quê?"
Conclusão, é uma pergunta tão simples que o que me deixa curiosa mesmo é o motivo pelo qual esta pessoa escreveu isto deste tamanho numa rua no Porto.
Podia dizer que o bom é não esquecer e utilizar exercícios que fortaleçam a nossa memória, como por exemplo jogo dos pares, contar de dois em dois por ordem decrescente a partir do 100, e outros mais que tal.
Mas, na verdade, há coisas que é melhor esquecer. Ou melhor, saber que foi mau para não repetir mas esquecer da dor para não continuar a doer.
Fica aqui a pergunta:

O que é esquecer?

Bons esquecimentos!