
Esta é a escola onde vamos lecionar.
Parece um pouco diferente da escola estatal, não é? Até tem mesas e cadeiras!
Para as crianças frequentarem esta escola têm que pagar um valor irrisório, e têm direito a algum material escolar.
O programa do ensino básico é idêntico ao nosso. A grande diferença reside nos professores nacionais, que têm uma formação insuficiente para o que lhes é exigido. Deduzimos o resultado desta mistura cujos pormenores não cabe a este fórum discutir...
O importante é que esta escolinha, nascida pelo Projecto Seiva, veio alfabetizar cerca de 150 crianças até agora, apenas com ajudas voluntárias (Irmãs Doroteias).
Apenas mais um aspecto a salientar da escola estatal: cada professor tem consigo na sala de aula cerca de 120 crianças em simultâneo. Qual pedagogia e didática...?
As nossas salas têm um máximo de 40.
Claro que a escola das Irmãs Doroteias está a ganhar reputação porque os meninos conseguem aprender a ler, escrever e contar. O objectivo é sobre crianças mais desfavorecidas, mas até que ponto deixam de ser desfavorecidas?
E aquelas que, pelo sistema de ensino não conseguir transmitir o necessário, serão alfabetizadas se tiverem aulas particulares? Quem são os desfavorecidos aqui?
Quem não tem recursos financeiros, quem não tem recursos pedagógicos ou os que não têm suficiente dos dois (a residual classe média)?
Este país é de terceiro mundo, mas as pessoas têm consciência plena da importância da educação e isso nota-se pelas listas de espera na escolinha. Ah, e os pais não contestam nem os professores que não sabem fazer contas...
Só a disciplina diária de ir para a escola já os conforta e dá esperança de um futuro melhor.