terça-feira, 24 de julho de 2012

Ideias postas em prática


Procurei, procurei, procurei, mas não encontrei...
É o que acontece às vezes a quem não vê, a quem vê mal e a quem vê muito bem!
Procurei uma folha de jornal que o meu pai guardou numa certa altura em que eu comecei a demonstrar mais interesse pela educação especial e pelos recursos para um dia a dia com qualidade.
Infelizmente, não encontrei para poder referir aqui a iniciativa tão original.
O nome do jornal não me lembro, mas era português. O nome do autor também não me lembro, mas era português também. O título do artigo também não me lembro, mas falava sobre um português que inventou e fez a proposta para implementar um sistema de códigos de cores para pessoas daltónicas.
Guardo esse excerto do jornal religiosamente pensando que seria mais uma proposta colocada na prateleira de Portugal para ser vista e colocada em prática por outro qualquer país.
Mas afinal, apesar de ter a certeza de que o artigo continua guardado algures nas minhas estantes, a expetativa triste que tinha em não ver a proposta aceite foi substituída por uma alegria e surpresa ao ver que já foi colocada em prática.
O sistema de código das cores está a ser utilizado nos transportes do grande Porto, pelo menos em algumas estações. Será que é utilizado pelo país todo?
Na fotografia que mostro explica o código para se poder perceber o caminho a seguir nas linhas de metro.
No site http://webinar.dge.mec.pt/2012/06/28/coloradd-simbolos-que-incluem-cor/ percebemos de onde nasceu a ideia.
E no site oficial ficamos a perceber como funciona o sitema de código, onde e como utilizar: http://www.coloradd.net/index.asp.
Boas leituras coloridas!

terça-feira, 3 de julho de 2012

AEC - O fenómeno

Terminado o ano escolar, terminam também os contratos com os professores, dos quais aqui destaco os professores das Atividades de Enriquecimento Curricular.
Há um mundo por trás da dinâmica laboral destes professores. Um mundo ainda por descobrir para os novatos, como eu.
Este foi o meu primeiro ano nesta função e foi também o primeiro ano em que o Agrupamento de Escolas a que pertenci teve total responsabilidade pelos professores contratados.
Anteriormente era a Câmara Municipal que geria estes recursos humanos e, pelo que dizem os "antigos", tudo corria às mil maravilhas.
Como é habitual, quem vem de novo (neste caso eu e o Agrupamento) tem sempre a tarefa dificultada porque "o que é costume" tem muito peso, mais peso até que a própria razão de tudo existir e ser...
Logo no início do ano foi difícil e demorou algum tempo até terem todos os lugares preenchidos, muito embora os habilitados para a docência estivessem em casa desempregados ou à espera do primeiro emprego.
A meio do ano restruturaram as turmas das AEC, o que fez rodar os professores, mudando turmas e até escolas de colocação. Tudo se compôs até à Páscoa e até ao final do ano tudo correu bem.
Até que, fomos todos convidados a comparecer na sede do Agrupamento para nos explicarem que teriamos que gozar 16 dias de férias, o que originaria a ausência total de professores de AEC nas duas últimas semanas de aulas, apanhando as escolas e os encarregados de educação desprevenidos.
Deram-nos ainda oportunidade de continuar a lecionar e a ajudar nas festinhas de final de ano, mas como voluntários! Ora, de bom senso até iriamos, mas muito ficámos a pensar...
Mas, sabe-se lá porquê, essa informação foi embora como veio... Afinal ficamos até ao final do ano letivo a lecionar, mas com a indicação de que não seriam pagas as férias não gozadas nem tão pouco o subsídio de férias...
Ora, eu sou aqui sincera, não percebo nada do que se passa neste momento... O sindicato também não ajudou a esclarecer com precisão, para aqueles que a ele pertencem.
Em conversas informais com amigas que já lecionaram nas AEC em anos anteriores, teremos que fazer um requerimento para receber o que é nosso por direito. Se não requerermos corremos o risco de não pagarem, independentemente de pagarem a outros que requerem.
Ao ir à sede do Agrupamento respondem que ainda não sabem de nada, isto no dia útil a seguir ao término do nosso contrato. "Talvez depois do dia 10 de Julho." afirmaram. O próprio papel que nos dá direito ao subsídio de desemprego ainda estava por preencher pela escola, mesmo sabendo que todos os professores iriam buscá-lo. Temos assim um diretor de escola a receber a visita da administrativa de 5 em 5 minutos, pois leva os papéis a assinar conforme vão chegando os professores...
Ao ver outros professores na mesma situação, vejo de tudo: revoltados, despreocupados, pasmados, ...
O importante é mesmo ir ao Centro de Emprego, destino de todos os professores de AEC nos dias a seguir ao término dos contratos. Chegando lá, o que acontece? Filas, filas e filas de professores...
Não é que as filas me façam incómodo, até porque, sem aulas, tempo não me falta...
O que me faz confusão é mesmo ouvir os trabalhadores do Centro de Emprego a dizer que este fenómeno dos professores lá irem todos é surpreendente.
Eu pergunto, surpreendente como, se todos sabem que as aulas acabam dia 15 de Junho e que os professores têm o papelinho para entregar para continuar a sobreviver?
Falam de crise, mas a mim faz-me mais confusão a má gestão, a falta de visão para um médio e longo prazo...
Claro que tudo se resolveu, todos conseguimos entregar tudo e todos iremos receber aquilo que nos é devido e disso não nos podemos queixar pois a Segurança Social e o Centro de Emprego até comunicam entre si.
Tudo corre bem quando acaba bem, já alguém dizia...