terça-feira, 30 de março de 2021

Parede de tudo e de nada


Podia estar mais arranjadinha... Sim, mas não é uma escola, nem foi concebida para simular uma escola.
Foi criada numa época em que o meu filho mais novo conversa de uma forma que nunca pensei:
- Mãe, amanhã é dia de escola?
- Sim.
- A escola de casa ou a escola dos amigos?

Pois bem... Sim, em casa devemos educar e ser amigos...
E nesta fase também temos substituído a escola presencial, a escola como até então estávamos habituados.
Agora...
Quer dizer...
Há um ano...?!
Com alguns períodos na escola presencial, é certo... 
Já nem sei o que é melhor: ficar em casa, ficar na escola, ficar onde tem que ser quando nos mandam.
Certo é que estabilidade não há.
A única estabilidade é que o lugar de aprendizagem não é certo. A isso ficam eles habituados e crescem preparados para o incerto, desenvolvendo a capacidade de adaptação ao contexto.

Já viram bem a confusão do texto?
Pois imaginem a confusão das cabeças: crianças e adultos que os acompanham, quer sejam pais ou professores.

Daqui ninguém sai imune... E para isto não há vacinas.

Sobre esta parede, não foi feita para parecer bem, foi feita para ser e viver, tentando dar um canto de estabilidade...

Boas aprendizagens por aí!

 

sábado, 27 de março de 2021

Sala de aula em Isolamento

 


Se já era antes da pandemia, agora mais se sente esse isolamento.
Não estou aqui a falar de um isolamento devido a um teste positivo de Covid-19.
Ou melhor, Michael Dunlea fala-nos sobre várias opções para que o professor não se sinta isolado com os seus alunos na sua sala de aula. Pior, para que o professor não se sinta isolado também dos seus alunos, visto que as aulas agora são maioritariamente online.
Há toda uma comunidade global na mesma ou em pior situação.
O que agora é aqui referido é o isolamento do mundo real, uma aprendizagem baseada em livros e conteúdos pré-definidos, apenas.
Os que se arriscam a levar o mundo real para a sala ou a levar os alunos para fora da sala em contextos reais, sabem do que falo: experiências genuínas de aprendizagem e crescimento.
Sim, rouba-nos imenso tempo. Mas também nos abre portas e janelas que de outra forma não poderiam ser abertas.
Quando explico a um aluno o que é um Géiser, por exemplo, começo por perguntar: Já viste algum? Sabes o que é?
De que adianta explicar o que é sem o aluno ver, mesmo que seja em filme? Adianta, se quisermos que o aluno decore aquele conceito para o teste e o esqueça após isso.
Portanto, é uma questão de opção e disponibilidade mental.
Então, aqui ficam 5 sugestões já testadas e por muitos praticadas: 5 ways to combat classroom isolation.

Bons caminhos!


quinta-feira, 25 de março de 2021

Ainda sobre a mulher


Podia ser uma capa encontrada no Google, mas não...
Foi mesmo um livro encontrado nas prateleiras lá de casa, numa das imensas arrumações que o confinamento me convida a fazer.
Bem que procurei por todo o livro e não encontrei o ano de edição... Apesar de saber que a minha versão impressa é a 14ª Edição.
Encontrei o ilustrador, que assinou como Caldeira.
Encontrei a editora, Editorial Lavores.
Encontrei os seus distribuidores exclusivos, Agência Peninsular, Av. da Igreja, 56 - 1-º - Dt.º, Lisboa - e, Telef. 768391.
A autora também está bem identificada, Laura Santos.
Bem como os outros títulos da coleção:
A Perfeita Dona de Casa
Escola de Noivas
Livro das Noivas
Noiva, Esposa e Mãe
Mestre Cozinheiro
A Enciclopédia da Agulha - bordados e corte
A Enciclopédia da Agulha - corte e costura
Lições de Culinária

Podia aqui referir uma série de pensamentos feministas mas não. Opto por evidenciar o caminho percorrido pelos homens até hoje e o caminho percorrido pelas mulheres também.

No meio destes títulos, já temos um "Mestre Cozinheiro". Aliás, eu cresci a ouvir dizer que os melhores cozinheiros são homens.

Enfim... Esta partilha serve mesmo para tirar daqui um pouco de humor face a tudo isto, face ao caminho percorrido desde a ideia da mulher doméstica até à mulher empresária e de altas chefias.

A minha opinião sincera é: nem tanto ao mar, nem tanto à terra...

Cada um, homem ou mulher, deve fazer aquilo que o realiza realmente, sem influência de estereótipos.
Se a mulher, no ano em que estamos, quer ser doméstica, porque não?

O que acho piada é alguns temas, antigamente, serem exclusivos de mulheres e agora, este tipo de literatura é para quem quiser ler, mesmo os homens tendo ainda alguma reticência quanto a serem vistos em público com estes títulos.
Bem... Face à lavagem cerebral das mulheres para deixarem de ser donas de casa, até as mulheres têm essa mesma reticência...

Então, em que ficamos?

Valha-nos os ecologistas, os verdes e o IKEA, que nos incentivam a viver outra vez mais para a família e a pensar na casa como um local onde é possível comer e dormir tão bem como num restaurante ou hotel.
Valha-nos a formação financiada que criou módulos para se aprender a lidar com a casa (sim, para quem não está na área, acreditem que há módulos de economia doméstica, cozinha, tarefas domésticas, ...).
Mas, e aqui o meu grande mas, nada disto está relacionado com Igualdade de Género. Isto são só e apenas opções de vida pessoal, profissional e familiar.
A Igualdade de Género é MUITO mais do que isto e importa ter bem presente o que se passa em pleno século XXI. Visitem este site e percebam.

A evolução é isso mesmo: educar a sociedade conforme os princípios que naturalmente se vão desenvolvendo como corretos. 
Se não os seguirmos seremos mal educados?

Boas etiquetas!

 

domingo, 21 de março de 2021

Dia da árvore


Hoje comemora-se o Dia da Árvore.
Seria um dia dedicado à plantação de árvores e à sensibilização da população para a importância das árvores no nosso dia-a-dia.
Com elas o equilíbrio ambiental e ecológico é mantido e a qualidade de vida dos cidadãos é garantida pois as árvores adultas absorvem o dióxido de carbono, prejudicial ao ser humano.
Escuteiros, escolas, centro de atividades de tempos livres e outras instituições aproveitavam para realizar uma atividade diferente, em grupo, ao ar livre, incluindo, normalmente, a plantação de árvores.
Em vez disso, já em 2020 e agora em 2021, estamos impedidos de fazer este tipo de atividades com muitas pessoas.
Os escuteiros ainda não estão presencialmente em atividade.
As escolas mantêm a sua rotina limitada "à bolha".
Centros de atividades de tempos livres limitam-se ao mínimo e indispensável.
E outras instituições só podem esperar por dias melhores.
Mas nem por isso a árvore deixa de ter importância... O dióxido de carbono no ar poderá ter reduzido devido ao número mais reduzido de veículos a circular, mas precisamos que o equilíbrio se mantenha na mesma. 

Hoje, 21 de março, em vez de ver notícias de plantação de árvores, ouvi a notícia de 10 fogos ativos (entretanto pode ter sido atualizado).

Espero que o tão famoso dito "novo normal" não se esqueça das coisas boas que se foram conquistando ao longo da nossa história.

O Dia da Árvore é uma delas.

Aqui fica o convite:
Plante uma árvore!
Como?
O Instituto da Conservação da Natureza disponibiliza gratuitamente 50 000 árvores para plantar por todo o país. Saiba mais AQUI. Temos até dia 26 de março para aderir a esta iniciativa. Para quem tem terrenos ou conhece alguém que tenha e queira plantar árvores.

Boas plantações!

terça-feira, 16 de março de 2021

Gaudiopolis - A República das Crianças

 

 Retirado de https://www.rtp.pt/programa/tv/p40399 a 16 de março de 2021

Gaudiopolis, a Cidade da Alegria e República das Crianças.
O fantástico documentário da RTP 2 que pode ser visualizado em https://www.rtp.pt/play/p8604/e530697/la-republique-des-enfants.
Mais uma perspetiva, mais uma história das imensas histórias da 2ª Guerra Mundial que têm repercussões até hoje.
A iniciativa foi de Sztehlo Gabor, sacerdote protestante, a quem muitos devem a vida e um futuro profissional e familiar.
Mas a verdade é que, Gabor conseguiu aquilo que muitos podemos conseguir, bastando para isso ter a coragem de se assumir, de assumir o que está eticamente correto, mesmo que seja totalmente contra o que a sociedade acredita nesse tempo, e fazer. Apenas isso, fazer.
Em plena guerra mundial, num país, Hungria, que apoiava os alemães, Gabor conseguiu resgatar crianças judias e não judias e até adolescentes filhos de nazis, e dar-lhes o mundo, através da educação, através do ensino da sociedade democrática.
Um brincadeira bastante séria, com recurso à cultura, arte e escrita, e aos vários ofícios que fazem falta numa comunidade.
O espírito crítico, o poder de argumentação e outras competências da comunicação foram despertadas nas centenas de crianças que ali viveram apenas durante 6 anos, pois um novo conflito acabou este ninho de liberdade de expressão.
Hoje são reformados de profissões como jornalistas, engenheiros, contabilistas e outros. Pessoas de sucesso, apesar de terem os traumas de guerra que hoje nem sequer podemos imaginar.
Ser criança é isso: crescer escolhendo seguir o que melhor conseguimos fazer numa vida de respeito mútuo, independentemente de religiões e culturas. Um renovar constante de sensações e emoções para uma boa gestão da saúde mental, mesmo que de forma inconsciente.
Os adultos, às vezes essas mesmas crianças, quando começam a impor o seu ponto de vista, tornam-se castrantes da liberdade que todo o ser humano devia ter.
Triste é pensar que hoje em dia, em vários países do mundo, segue-se esta mesma castração silenciosa e ninguém faz nada sobre isso... 
Deixamo-nos estar no nosso conforto, na nossa ilusão de que a ONU e entidades não governamentais conseguem solucionar tudo.
Afinal, aqui ao meu lado está tudo bem...

Boas reflexões!