quarta-feira, 27 de maio de 2015

Dia de África - 25 de maio

Finalmente chegámos a Maputo, onde nos esperava uma Irmã de quem nada sabíamos. Não são Irmãs que usam o típico hábito, por isso foi interessante a procura por uma pessoa que se parecesse com uma Irmã. Com a nossa atitude, fomos logo localizadas por ela, que rapidamente nos chamou.

Eu com as Irmãs que nos receberam no aeroporto de Maputo

Foi uma alegria ver com os próprios olhos aquela cidade grande e cheia de gente, mas com um calor insuportável. Só pensava como seria em Lichinga... A única certeza que tinha era que se ficasse ali os cinco meses talvez não fosse agradável e até mesmo impossível.
É uma cidade que se parece em muito com uma cidade europeia, mas tem mais confusão, mais gente na rua e muito mais e desregulado trânsito. O contraste entre a pobreza e a riqueza é flagrante, o que fez crescer em mim um sentimento de revolta, tendo em conta que países como este precisam de estrangeiros para fazer missões de voluntariado e dinheiros de países e instituições ou organizações mais generosas. Mas este é um assunto delicado sobre o qual me debruço ao longo desta viagem... 

Entretenimento numa das zonas de Maputo


Zona das habitações dos políticos


Lojas e entretenimento da maioria da população


Antes de partir de Portugal, o que eu sabia de Lichinga, para além do que pesquisei na Internet, era o seu antigo nome, Vila Cabral, dito pela minha mãe, como uma zona de campo onde se vivia muito bem e com qualidade de vida na época colonial.
...
Comecei por ver pequenas elevações do terreno e depois um planalto com uma mistura de verde com vermelho. Ao avistar o que se parecia com uma povoação, não avistei prédios, apenas habitações que naquela altura não sabia definir, cobertas de vermelho acastanhado.

Zona habitacional de Lichinga

Ao aproximarmo-nos do aeroporto víamos toda a cidade de Lichinga, sendo eu nessa altura invadida por uma alegria enorme ao ver o local tão diferente de Maputo e tão igual a si próprio. Foi nessa altura que pela primeira vez vi palhotas, ruas e ruas de palhotas. Arruamentos paralelos e perpendiculares quase perfeitos. Fiquei atónita, com um nervoso miudinho que me fazia tremer as pernas por saber que iria ficar naquela terra durante 5 meses e dali não queria sair para sítio algum.

Ao aterrar, dei de caras com um mini aeroporto de que não me tinha apercebido, de tão pequeno que era. Connosco chegaram também caixotes de pintainhos que vinham para a Irmã que nos acolheu.
Aeroporto de Lichinga


Sala de espera do aeroporto de Lichinga

Receção de bagagens do aeroporto de Lichinga

Avião que me levou até lá


Receção de bagagens do aeroporto de Lichinga


Vista para a cidade de Lichinga a partir do aeroporto

Aeroporto de Lichinga

Finalmente, com os pés na terra que escolhi para a tão querida e esperada missão de voluntariado, estava pronta para lecionar, entrando numa fase de partilha cultural e socioeducativa. Foi nesta perspetiva de partilha e envolvimentomútuo que pretendi encaminhar este processo de ensino-aprendizagem.

Esta é a minha visão de África, com descrição completo no livro Titia amamnhã não vou vir, que pode ser adquirido através do email abrantes.sonia@gmail.com.


Boas leituras!





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