quinta-feira, 17 de agosto de 2017

A velha e a trança

Mãe, hoje conta-me uma história da tua voz sobre a princesa...

Era uma vez uma princesa linda que tinha uma longa e bonita trança pois era muito boa para todas as pessoas.
Era uma vez uma velha má que tentava fazer uma bela trança com o seu cabelo, mas não conseguia. O seu cabelo era feio pois era malvada.
Um certo dia, a velha lembrou-se "Aquela princesa, pensa que pode ficar com a sua trança para sempre mas eu é que a terei. Tenho que consegui-la!". Então, decidiu roubar a trança à princesa.
Numa linda tarde, a princesa passeava pelo seu jardim de rosas quando uma velhinha, que lhe parecia simpática, foi ter com ela e lhe disse:
- Que rosas tão lindas, princesa! Como consegue tê-las assim no seu jardim?
A princesa respondeu, humildemente:
- Gosto muito delas, então dedico o meu tempo a regar quando é preciso, a retirar as partes que não devem ficar, e até converso com elas. Penso que para as ter assim basta gostar e cuidar. Porque pergunta? Tem um jardim em que gostaria de ver rosas?
A velha, nada contente com a resposta pois estava cheia de bondade, tentou a sua sorte:
-  Sim. Tenho um jardim mas não tenho tido sorte com as rosas.
- Quer que lhe dê uma? De que cor? Posso arrancá-la pela raiz para que a plante onde pretende. - sugeriu a princesa.
- Oh! Que gentileza! - fingiu a velha - Quero então uma rosa vermelha, como aquelas ali em baixo.
A princesa, feliz ao pensar que o seu jardim de rosas iria agora embelezar também o jardim daquela velhinha, baixou-se para arrancar uma rosa do sítio que lhe foi sugerido. Ao baixar-se, a velha tira a sua tesoura do bolso e dá um valente corte na trança da princesa, que se assusta e cai para a frente, mesmo em cima da roseira.
A velha foge a correr, rindo pelo caminho.
A princesa fica a chorar pela trança, mas não só. Fora enganada.
Ouvindo o seu choro, os guardas do castelo aparecem a correr com as suas lanças e, ao ouvir a explicação da princesa, seguem em perseguição à velha, mas não a conseguem alcançar.
Eles regressam muito tristes e a princesa pede-lhes que estejam atentos, pois pretendia ver a velha outra vez.
A velha, já na sua casinha, tenta, dias a fio, colocar a trança como se fosse do seu próprio cabelo. Depois de muito tentar, lá consegue e decide ir à festa da aldeia junto ao castelo.
Os guardas, sempre a passear pelas ruas à espera de encontrar a velha e a sua trança, também lá estavam.
Perdida na sua própria alegria de ter uma trança nova, a velha dança e mostra aquilo que não é seu sem vergonha de o ter roubado.
Ao verem a linda trança da princesa, que tão bem conheciam, capturam a velha e levam-na até à princesa.
Quando a princesa se aproxima da velha, sentada no chão com vergonha de ter sido apanhada, a princesa diz:
- Estás perdoada quanto ao roubo e quanto ao teres-me enganado. A única pena que irás ter é seres minha criada.
- O quê?! - grita a velha muito espantada.
- Sim. - continua a princesa - Como gostas tanto de tranças e cabelos lindos, irás ser a criada responsável por me penteares e isso farás até que o meu cabelo cresça novamente para que consiga fazer uma trança como a que me cortaste.
- Pentear? Esperar que o cabelo cresça? - continuou a exclamar a velha - Não compreendo porque me queres perto de ti depois do que te fiz.
A princesa senta-se ao seu lado e explica:
- Para termos algo de que nos orgulhamos, temos que trabalhar para isso, mesmo que o trabalho seja simples e demore muito tempo. O teu castigo pelo roubo e pelo engano é aprender a ter paciência, a gostar do que tens e a cuidar disso.

Mãe, outra vez! Agora conta-me a do príncipe!

Bons sonhos!

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