sábado, 24 de janeiro de 2015

Acompanhamento do desenvolvimento cognitivo


Sequências numéricas

Desafio de palavras

Representação numérica e contagem

Método de estudo e desenvolvimento de concentração

Numa época do ano letivo em que a terceira fase de testes está à porta, criando a grande oportunidade de recuperar as classificações menos boas, importa perceber se estamos no bom caminho.

Só poderemos alcançar o sucesso, académico ou outro, se:
- tivermos os nossos objetivos bem traçados;
- soubermos em que estádio nos encontramos;
- conseguirmos identificar as dificuldades que temos;
- nos aventurarmos a traçar metas ambiciosas mas exequíveis e realistas;
- tivermos uma boa estrutura de apoio emocional, quer seja intrapessoal, familiar ou de uma entidade vocacionada para esse apoio.

Quando falamos de apoio ao estudo e explicações, pensamos apenas em ajudar a fazer os trabalhos de casa, estudar para os testes e nos resultados que conseguimos nesses mesmos testes. Estes três aspetos são importantes, mas dependem das nossas capacidades e competências e da fase em que se encontra o nosso desenvolvimento cognitivo e de como é caracterizado.
Para isso, não basta apenas obrigar a fazer as tarefas e tentar impingir todos os conteúdos a aprender. 
Não é assim tão simples...

Existe um trabalho de longo prazo que se inicia ainda na barriga da mãe. Uma expressão que tenho utilizado muito: o ambiente intra-uterino.
A mãe não precisa de fazer nada de especial, apenas concentrar-se em dar o melhor ambiente interno para a pessoa que se desenvolve dentro dela.
Como? Dizem os entendidos que é através de uma alimentação saudável, exercício físico adequado à situação de cada um, tranquilidade, sensatez, descanso o suficiente para manter o equilíbrio mental, ter consciência do seu estado físico e psicológico para melhorar ou manter em boa forma.

Depois de nascer, a pessoa está formada na sua grande maioria sendo, a partir desse dia, o desenvolvimento mais a nível cognitivo do que físico, embora haja grandes mudanças físicas visíveis.

O desenvolvimento cognitivo tem sido alvo de estudo desde há muitos anos, sendo a Teoria Cognitiva de Piaget a minha de eleição. Há outras que envolvem também estádios emocionais, outras que relacionam mais com o desenvolvimento sexual...

Hoje apenas me debruçarei na Teoria Cognitiva, mais especificamente nos estádios:
- Pré-operatório - dos 2 aos 7 anos de idade
- Operatório-concreto - dos 7/8 aos 11 anos de idade
- Operatório formal - a partir dos 12 anos de idade

Estas são as idades com que mais trabalhamos no Centro Educativo e de Formação Espaço Crescer em Arada, Ovar, https://espacocrescer2012.wordpress.com/, e é sobre elas que pensamos e tentamos agir.

Ao trabalharmos com a idade pré-escolar, dos 2 aos 7 anos, desenvolvemos atividades que incidam sobre:
- a linguagem simbólica, desenvolvendo assim a sua inteligência simbólica
- a personificação, desenvolvendo a sua imaginação e capacidade de brincar ao faz de conta, o pensamento mágico, onde é o próprio o centro do seu pensamento
- as dramatizações, onde a realidade e o imaginário se encontram
- a pintura livre ou temática, explorando o que o próprio pensa

Na entrada da idade escolar, dos 7/8 aos 11 anos, trabalhamos:
- o raciocínio lógico e explicativo
- a capacidade de socialização
- a capacidade de concentração

A partir dos 12 anos, a entrada para a adolescência, trabalhamos:
- o raciocínio lógico e matemático
- a informação abstrata e sistemática
- o pensamento hipotético-dedutivo

Questão pertinente:
E quando não foram trabalhados os aspetos indicados para cada fase, ficando as pessoas com uma carência nesse desenvolvimento, que se arrasta de estádio em estádio?

Aí, entra o trabalho do psicólogo, que tenta recuar no tempo e perceber o que falhou no desenvolvimento para depois trabalhar nesses aspetos e recuperar o tempo passado, para que o estádio corrente ocorra normalmente e dentro dos padrões ditos normais.

Estes casos são detetados com as classificações baixas em testes, o desinteresse e desmotivação, a dificuldade de socialização, a incapacidade de formular conversas de quotidiano, estar excessivamente fechado no seu mundo ou excessivamente aberto à popularidade ambas em detrimento de um desenvolvimento padrão, entre outros sinais de alerta que o dia a dia nos mostra.

Cada caso deverá ser sempre avaliado de forma individual para se saber como lidar com a situação.

A grande dificuldade está também em aceitarmos, nós, os adultos responsáveis pelos mais pequenos, que o problema não é meramente falta de estudo e/ou mau comportamento. Por vezes, face a esta dificuldade, deixamos arrastar uma situação anos e anos e, já na fase mais avançada, percebemos que realmente algo não funcionou bem.

Nunca é tarde, nada é irreversível, nada é dramático se não corresponder ao padrão normal.

Todos somos diferentes e há formas de lidar adaptadas a cada individuo sem ser preciso mudar a forma de ser de cada um.
Pelo contrário, cada um continua a ser o que é, e isso é respeitado ao máximo.
Damos ferramentas para aprenderem a forma de lidar consigo mesmo, com os outros e com as situações, conforme o seu estádio de desenvolvimento e de como foi o seu percurso cognitivo.

Passa por cada agente educativo proporcionar esses recursos a cada um, e isso pode encontrar no Espaço Crescer, https://espacocrescer2012.wordpress.com/inscricoes/apoio-psicologico/.

Bons cognições!

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