segunda-feira, 29 de abril de 2019

Mãe, em qualquer lugar do mundo


Quando lá cheguei, a grande diferença que saltava à vista era a roupa, sem dúvida.
O cheiro também era diferente.
A língua também era, apesar de todos perceberem o que eu dizia. Eu é que não percebia a língua local, rica pelos seus idiomas originários de várias tribos, agora chamadas aldeias.
Mas nada disso me surpreendeu.
Estava à espera que tudo fosse diferente.
Quem não estaria sabendo que viajava da Europa para um país de terceiro mundo?

O que me surpreendeu foram as semelhanças.
Tantas, tantas, tantas...
Desde as más condições no ensino, cada uma à sua escala, como é lógico.
Passando pela quotidiano político e quem lhe dá vida. Em Lichinga só mudava mesmo a cor da pele...
E ser mãe.

A mãe é, sem dúvida, aquela pessoa que está e existe para os filhos, por mais ou menos carreira que tenha.
Se é mãe, tem que cuidar deles, chora por eles, liga-se a eles com tudo o que tem, mesmo que não tenha mais do que uma capulana.
Se forem mais do que um ou dois, é a todos eles que se liga, multiplicando-se em quantas pessoas for preciso para dar resposta à necessidade de crescimento dos seus filhos, essa necessidade que não olha a lugar, nível económico ou literacia. Acontece e pronto.

Este ano, talvez por Moçambique ter sido notícia em todos os canais e jornais, recordo as mães de Lichinga que, felizmente, não foi afetada pela desgraça pois está a um canto do país imenso que é Moçambique, longe da costa, longe das câmaras, longe de tudo.

Mas lá também existem famílias, na maioria sem pai pois esses têm outro papel bem vincado naquela cultura que não é o de contribuir para a educação dos filhos, deixando que a mãe faça o papel de todos na mais pura lei da sobrevivência.

Por todas estas e outras aprendizagens, assante.

Estamos juntos!


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