terça-feira, 21 de julho de 2020

Atraso Mental e Ensino Profissional


Gostava de aqui deixar as melhores sugestões para os alunos com necessidades educativas especiais (NEE) que conseguem chegar ao ensino secundário.
Infelizmente, atingindo uma certa idade, o caminho torna-se muito mais penoso para todos: os alunos e os adultos que lhes querem bem.
Porquê?
Porque sabemos que têm a vida adulta pela frente e são mais as janelas e portas que se fecham do que as que se abrem.
Sendo otimistas, chegar ao secundário e conseguir escolher um curso em que o aluno consiga desempenhar o seu papel dentro das suas possibilidades e capacidades, já é uma excelente vitória.
Falemos do caso do Atraso Mental.
Quando um aluno tem um Atraso Mental de 4 ou mais anos diagnosticado, e consegue chegar ao ensino secundário aos 18 anos.
No caso do ensino profissional, via mais comum para alunos com um percurso escolar mais acidentado, os alunos são, desde cedo, colocados em situação de estágio profissional.
Ora, se o aluno com atraso mental de 4 anos, que tem 18 anos mas efetivamente pensa como tendo 14 anos (fosse isto simples como a matemática, mas não é...) é colocado em situação de ambiente laboral, o que poderá correr bem?
Correrá bem o seu acompanhamento com profissionais realmente competentes e com vontade de acolher no dia de trabalho um estagiário que precisa de mais atenção e e dedicação que os outros.
Então, o que fazer por eles, como pais e professores?
Comunicar de forma aberta com os profissionais do estágio que o irão acolher.
Os pais ou encarregados de educação falam com a escola sobre esta preocupação, a escola fala com a empresa ou entidade que receberá o estagiário.
A escola como dinamizadora de cursos profissionais pode até ser excelente para todos os alunos e todos os percursos escolares, mais ou menos bem sucedidos, mas deixa de o ser se opta colocar os seus estagiários em empresas ou entidades que não estão preparados para os estagiários que receberão.
No caso do aluno com Atraso Mental o que pode acontecer é não ter a maturidade suficiente para a proatividade, para a iniciativa, para a autoconfiança que devemos ter em situação de emprego.
E eis que isto acontece, o profissional que o acolheu pode facilmente deixar o aluno em situação penosa e com consequências irreversíveis que colocam em causa todo o percurso vitorioso feito até ali. Pode levá-lo à necessidade de medicação, ao reajustamento da mesma para acalmar a ansiedade e stress causados pois não sabem lidar com "maus tratos" verbais por parte de quem os deveria acolher.

A solução é uma comunicação aberta com todos os intervenientes, avaliar reais caminhos e não ir apenas com a corrente. E não desistir.

Boas comunicações!

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